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O APELIDO

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Aconteceu ontem, em total sigilo, o I Encontro dos Homens Que Têm o Apelido de Camarão e Detestam Isso.
Num salão de festas se reuniram mais de 300 homens de vários estados do Brasil: branquelos (que é mais do que branco), róseos e albinos. Todos tinham o apelido de Camarão e sofriam por causa disso. O presidente da classe não precisou relembrar as humilhações advindas do apelido ao qual todos reagiam furiosos. Pediu que todos acatassem a decisão, que era: Nunca revidar com a resposta “Camarão é a mãe!”. Era o que , achavam eles, os inimigos esperavam.
Segundo estudos encomendados pela classe, o que levou o apelido a pegar foi a resposta invariável. Xingou: “Camarão”, vai ouvir: “É a mãe!” . Era automática a reação que causava a delícia de quem ofendia.
Todos concordaram. Iam ter força de vontade, não revidariam, iam deixar o grito cair no vazio. Com o tempo, acreditavam, o apelido deixaria de existir.
Aclamada a decisão o encontro foi encerrado e um coquetel foi servido. Os celulares de todos estavam desligados para que o encontro não vazasse. Todos bebiam e comiam descontraídos quando o telefone do salão tocou. A ordem era não haver contato com o mundo exterior, mas um garçom, desavisado, atendeu. Todos os presentes ficaram em suspense. O garçom se virou para o salão, estendeu o telefone e disse:
– Querem falar com o Camarão.
Todos em uníssono gritaram:
– Camarão é a mãe!
E o encontro terminou ali mesmo, com este final frustrante e lamentável.

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