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NOME A ZELAR

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

No amplo apartamento do Juca a suruba rolava tranqüila quando, entre gritos, sussurros e carinhosos palavrões ouviu-se uma palavra que silenciou a todos e paralisou todos os eróticos movimentos: ‘penetra’.
– Epa! Tem penetra na suruba? – alguém perguntou.
– Não era só gente selecionada? Quem é o penetra?
– Em se tratando de suruba a palavra “penetra” deve ter sido dita no sentido de fora pra dentro e não penetra no sentido de alguém não convidado – tentou explicar o Nivaldo.
– Peraí... pode ser algum paparazzo.
– Um detetive que meu marido mandou me seguir – disse a Dorinha apavorada.
– Juca, o dono da casa e anfitrião da suruba, saiu de entre um bissexual e um “você é o que?” para tomar uma atitude e não deixar cair a temperatura.
– Calma, calma... conheço todo mundo aqui! – Olhou para um por um e se deteve num rapaz franzino – Menos você.
– E... e.. eu sou o Djalminha, amigo do Marcelo – ele gaguejou nervoso.
– Que Marcelo? Não tem nenhum Marcelo aqui.
Vendo que o tal Djalminha ainda de meias e cueca Regininha falou.
– Pô, a suruba já tá rolando há horas e você ainda tá vestido.
– Bota pra fora! – gritou alguém nos fundos.
Djalminha achou que botar pra fora era botar o pau pra fora, abaixou a cueca.
– Não é isso, você é que tem que se mandar, cara – esbravejou Regininha.
– Mas eu ainda não comi ninguém – disse o Djalminha, como se essa desculpa resolvesse o problema que causara.
– Ele é bem dotado, por mim ficava – falou Telma, a drag queen gulosa, e acrescentou: – Gente, suruba não tem regras!
– Também não é assim.
– Começou uma discussão e a suruba desandou. A magia (?) tinha ido embora. As pessoas foram pegando suas roupas, se vestindo e se despedindo.
Juca, mal humorado, virou-se para a esposa e falou:
– Ô Lola, transa com esse sujeito antes de ele ir embora. Não quero que ele saia por aí espalhando que eu organizo uma suruba de merda!

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