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IRREMEDIÁVEL

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Via-se que o homem estava angustiado. Ele entrou na farmácia e entregou ao balconista o que achava ser a receita aviada pelo médico. Era uma carta de poucas linhas “Caso-me amanhã e vou morar em Munique. Queimei suas cartas e nossas fotos. Um vírus de computador apagará o que houve entre nós da minha memória. Procure um vírus e me apague da sua. Não nos veremos nunca mais. Sandra.”

-Isso é uma carta – balbuciou o farmacêutico.

O homem angustiado se desculpou e, atrapalhado, procurou a receita nos bolsos enquanto pegava a carta de volta. Depois de ler a receita o farmacêutico disse de modo sutil, mas revelando indiscrição:

- Não há remédio.
– Eu sei – disse o homem pegando a receita. – Ela viajou
hoje para Munique.

E foi procurar o remédio em outra farmácia.

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