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Duas ou 14 coisas que sei de humor

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

– Humor é mau humor. – Millôr Fernandes.
– Humorismo é a arte de fazer cócegas no raciocínio dos outros. – Leon Eliachar.
– Humor é um grande amor pela humanidade. – Mark Twain.
– Humor é um alienável bem democrático. – Do prefácio do livro Hay Gobierno? (Jaguar, Claudius e Fortuna).
E eu gosto muito dessa frase do Wander Piroli que diz: - Quem não ri, não presta.
Já eu, Nani, Ernani Diniz Lucas, tenho duas frases sobre o tema que direi no decorrer desta minha palestra. A primeira:
– O humor é o menor caminho entre duas pessoas.
Explico dizendo que depois de vermos a luz, depois da comida, a segunda coisa que encontramos é o humor. Porque o que os pais mais querem é que o seu bebê sorria. Daí ficarem fazendo caretas feito palhaços e dizendo coisas como: “bilu bilu... cadê o sorriso do neném? Zenta zenta, ê é bunitinho demais, gente” – e outras gaiatices.


Isaac Asimov disse que a frase mais emocionante de ouvir na ciência, a que anuncia novas descobertas –– não é “EUREKA”(achei), mas ... ENGRAÇADO! O cientista olha, tem o clic! E diz “ENGRAÇADO!” “Estava aí o tempo todo e só agora que eu descobri. Engraçado...”
O que aconteceu foi a alegria da descoberta. A capacidade da mente de passar de um enquadramento a outro, que foi a abertura crucial para resolver o paradoxo.
O humor não faz isso também? O que leva a pessoa a rir de uma piada? É a descoberta, ou o mecanismo que leva o raciocínio a enxergar o que estava ali o tempo todo. Quantas vezes ao ver uma charge o leitor diz: é isso aí. Disse tudo. Isso é a pura verdade.
É a verdade que nos faz achar... engraçado.
É por isso que eu digo que charge é a quarta leitura que se faz num jornal. Primeiro o leitor vê a manchete, depois ele lê a notícia, depois lê o comentário do editorial ou de um colunista e depois vem a quarta leitura, que é a da charge; e esta é a quarta leitura. Às vezes a charge vai até na contra-mão da opinião do jornal, mas é a leitura mais verdadeira. O leitor vê lá a caricatura do político: é um rato, ta roubando. É, o cara é ladrão mesmo. Mas foi a mecânica da piada, que escancarou o que ele pensava ou já sabia. E ele ri porque ali está uma verdade. Estava ali o tempo todo. Engraçado...
É por isso que a charge é tão essencial. O leitor está ali, lendo um jornal, que é uma janela que o coloca de frente para vários crimes, aliás, para todos os crimes do mundo e ele se depara com o humor.
E é aí que entra a segunda frase minha sobre humor:
O ser humano precisa de humor para não morrer de realidade.

1 comentários:

Or y Undo disse...

"O ser humano precisa de humor para não morrer de realidade."

Brilhante, amigo Nani.